domingo, 2 de outubro de 2011
Pai de estudante morta por professor: 'não sobrou mais nada'
Emocionado, o agricultor Sinval Farias, pai da estudante Suênia Sousa Farias, 24 anos, morta pelo professor de Direito Rendrik Vieira Rodrigues em um suposto crime passional, pediu neste domingo justiça e a condenação do ex-namorado da filha. O pai, que chegou a passar mal no sábado durante o velório da caçula, resumiu o sentimento de perda após o enterro, realizado neste sábado em Taguatinga, região metropolitana de Brasília. "Ele tirou tudo de mim". Pouco mais de cem pessoas foram ao cemitério prestar últimas homenagens.
De acordo com a Polícia Civil, a estudante foi abordada pelo professor na saída da aula na universidade UniCEUB na sexta-feira e ambos entraram no carro da vítima. Ainda conforme relato da polícia, Suênia teria ligado ao marido e afirmado que reataria o relacionamento com o professor. Desconfiado pelo tom da voz dela, o homem registrou um boletim de ocorrência na 12ª Delegacia de Polícia. Enquanto estava em poder do professor, Suênia foi baleada três vezes.
Rendrik se entregou ainda na sexta na 27ª Delegacia de Polícia, no Recanto das Emas, com o corpo da jovem no carro.
"Estou muito triste, é muito difícil como pai. Ele tirou tudo de mim, tudo que eu construí em 62 anos esse indivíduo tirou de mim. Não sobrou mais nada. Da hora em que ela nasceu até hoje todas as lembranças vão ficar guardadas. Eu, como agricultor, homem do campo, analfabeto, o meu maior prazer na vida era ver a minha filha formada", disse após enterrar a filha.
"Esse bandido não merece nenhum respeito de nenhum brasileiro. As leis têm que mudar. Não suportamos mais impunidade. Quero a carteira de advogado dele cassada que ele não serve para administrar uma faculdade de Direito. Ele pode fazer o mesmo que fez com a minha filha.
Ninguém suporta mais injustiça nesse País. Ele acabou com a vida de uma mulher", afirmou.
Marido presta homenagem
O funcionário dos Correios e marido de Suênia, Hélio Prado, prestou homenagem durante o enterro. Sobre uma coroa de flores, ele estendeu uma faixa com o lema de vida do casal: "tudo vale a pena quando a alma não é pequena". "Estou sem palavras", disse, consolado em seguida pelos demais familiares de Suênia
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A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) no Distrito Federal irá instaurar, na segunda-feira, processo ético-disciplinar contra o professor. O caso será analisado pelo Tribunal de Ética e Disciplina da OAB-DF, que poderá suspendê-lo preventivamente e até impedi-lo de exercer a profissão.
"A gente vai torcer para que algum juiz faça alguma coisa por ela para que isso não fique impune", disse a irmã da vítima, Silene Farias. "Vamos ver se existe justiça nesse Brasil miserável. Ela foi (morta) novinha, meu Deus", afirmou, ainda. A colega Gioconda Jaccaud disse ser "inacreditável. Era gentil e simpático (o réu confesso), não imaginávamos que isso pudesse acontecer".
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