Ele parece um personagem de histórias em quadrinhos. Rosto quadrado, barriga saliente e vestido com roupas que não combinam com o seu biótipo. Botas enormes e nas costas um tanque de veneno. Eu estava na calçada da agência quando ele se aproximou. Quase passou direto, mas, de repente voltou-se para mim e perguntou:
- Vamos matar umas baratas aí?
Ora, em dois anos nesse novo prédio novinho eu nunca vi uma barato ou outro bicho qualquer, a não ser meu gafanhoto de estimação, feito de palhas de coqueiro, que fica pendurado junto ao diploma de certificação da agência. Todo orgulhoso e imóvel, já ficando marrom. Respondi:
- Olhe... Por aqui não tem baratas.
Agora seu olhar era de especialista. Semicerrou os olhos e disse com ares professorais:
- Se a gente procurar acha...
Obviamente, numa sexta-feira, de encerramento de várias demandas nós não iríamos dedetizar a agência e atrapalhar o expediente. Expliquei a inconveniência a ele, Naquele momento eu começa a achá-lo parecido com um dos irmãos Metralhas, das famosas histórias de Mickey. Comentei isso com ele, que riu sem medidas. Alguém já devia ter dito a mesma coisa. Despediu-se dizendo:
fonte... http://leonardosodre.blogspot.com/
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